sexta-feira, 21 de julho de 2017

Cícero Alves dos Santos, mais conhecido como Véio

O consagrado artista sergipano Cícero Alves dos Santos, mais conhecido como Véio,
foi premiado no Prêmio Itaú Cultural na categoria CRIAR.
Foto: Kadydja Albuquerque.
 Reproduzida do Facebook/Governo de Sergipe.

Biografia.

Cicero Alves dos Santos (1948, Nossa Senhora da Glória, Sergipe). Escultor. O apelido vem de sua preferência desde a infância de estar com pessoas mais velhas para ouvir suas histórias. Autodidata, se interessa desde o início de seus trabalhos pelo universo do folclore nordestino e pela vida dos sertanejos.

Após utilizar a cera de abelha e o barro como materiais para as primeiras experiências com a escultura, o artista dedica-se ao uso da madeira como matéria-prima de seus trabalhos, aproveitadas de derrubadas e loteamentos abertos nas matas de Sergipe, que iriam ser descartadas. Além disso, parte da renda obtida com a venda de suas obras são destinadas a preservação da mata local.

Além de ter os costumes e a cultura sertaneja como temas centrais de sua obra, uma característica marcante é o longo comprimento das pernas e dos braços das esculturas.

Ao lado de sua casa, o escultor cria o Sítio Soarte (Museu do Sertão), onde recria o modo de vida sertanejo através de obras como A Casa de Farinha, A Casa de Profissões e Igreja. No Sítio, suas obras ficam expostas ao ar livre, sob os efeitos do sol e da chuva, por escolha do escultor que acredita que as peças não devem ser preservadas para a posteridade - o sítio é um ambiente os as peças nascem e morrem, segundo Veio.

Véio tem obras em diferentes acervos como a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina), o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e o Museu de Arte do Rio (MAR). Participa de exposições nacionais e internacionais como a mostra coletiva Teimosia da Imaginação (2012), no Instituto Tomie Ohtake e da 56ª Bienal de Veneza, na Itália (2014).

Segundo o crítico de arte Rodrigo Naves, Véio fez da preservação da memória de seu povo a razão de sua existência, em um ambiente tão dinâmico, proporcionado pelas famosas feiras da região, o artista é criador de uma categoria diferente de arte, que mistura a “arte popular” com cores fortes e industriais, distantes da natureza.

Em 2016, realiza a exposição Cícero Alves dos Santos: Véio, organizada pelo Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, na Galeria Estação, em São Paulo.

Texto reproduzido do site: enciclopedia.itaucultural.org.br

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