segunda-feira, 24 de julho de 2017

Jorge Henrique: uma nobre expressão poética


Publicado originalmente no site Mais Glória, em 26 de abril de 2014.

Jorge Henrique: uma nobre expressão poética.

 Por Ramon Diego*

“Cometi meus primeiros poemas, ou en­saios de poemas, na adolescência, 16 ou 17 anos, mas antes disso a poesia já me fascinava. Fui apresentado à Literatura de Cordel aos 10 anos. Naquela época, já viajava pelas histórias de João Grilo e Ca­mões. Também gostava de folhear os li­vros didáticos, meus e de meus irmãos, em busca de poemas. Lá encontrei Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves, Carlos Drummond. A rima e o ritmo me agradavam muito, além da maneira dife­rente, singular de dizer coisas comuns. Aos 11 anos, ganhei de presente “A Invenção de Orfeu”, de Jorge de Lima. Embora não entendesse os poemas, gostava muito de lê-los. Ainda hoje sei de cor a primeira par­te do Canto I – A Fundação da Ilha.

O gosto pela escrita veio como uma extensão do gosto pela leitura. À medida que imergia em textos diversos, come­çava a emergir em mim uma vontade de também produzi-los. Quando conheci os poemas de um amigo de meu irmão, dos quais gostei muito, e vi, em carne e osso, um poeta tão próximo e tão real, imaginei que poderia fazer meus próprios poemas e foi assim que comecei”. É com esse pe­queno trecho que anuncio a homenagem ao grande amigo, poeta e grande profes­sor Jorge Henrique vieira, um dos ícones da literatura produzida em Nossa senhora da Glória.

Professor de língua portuguesa e lite­ratura brasileira pela Universidade federal de Sergipe, lançou o seu primeiro livro ain­da nos corredores da academia, pela edi­tora da UFS. Sua primeira obra intitulada de “Mutante in sanidade” já anunciava a mente inquieta e em constante estado de ebulição do grande intelectual gloriense, cujo título nos demonstrava uma extrema vontade de recriação poética, algo que se desenvolveria um pouco mais tarde em seus poemas-visuais e sua prosa de expe­rimentação narrativa peculiar.

Em meados de 2008 realizou o pro­jeto “Glória cantada em versos” através do apoio financeiro do BNB, com o qual fomentou a literatura de cordel em Nossa senhora da Glória promovendo uma ofici­na para os jovens da região, na ocasião em questão também ocorreu o lançamento do seu segundo livro, cujo título levava o mes­mo nome do projeto e visava contar a his­tória do município de Glória. Além disso, foi ganhador de prêmios como o Banese de literatura, o prêmio de mérito universi­tário pela universidade federal de Sergipe, além de ganhador de algumas edições do concursos literários no estado, como o fes­tival de poesia falada em Lagarto, no qual já fora homenageado.

Diante desses e outros argumentos não se pode deixar passar branco o talento e a astúcia crítica do grande Jorge, profes­sor, intelectual e grande bardo, além de agente primordial na construção e fomen­to à literatura, artes e cultura local.
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* Escritor, estudante de letras português/francês, poeta residente em Nossa senhora da Glória e editor da revista impressões, além de colaborador dos jornais “Correio de Sergipe” e “O regional”.

Texto e imagem reproduzidos do site: revistamaisgloria.com

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