Publicado originalmente no site Mais Glória, em 26 de abril de 2014.
Jorge Henrique: uma nobre expressão poética.
Por Ramon Diego*
“Cometi meus primeiros poemas, ou ensaios de poemas, na
adolescência, 16 ou 17 anos, mas antes disso a poesia já me fascinava. Fui
apresentado à Literatura de Cordel aos 10 anos. Naquela época, já viajava pelas
histórias de João Grilo e Camões. Também gostava de folhear os livros
didáticos, meus e de meus irmãos, em busca de poemas. Lá encontrei Gonçalves
Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves, Carlos Drummond. A rima e o ritmo me
agradavam muito, além da maneira diferente, singular de dizer coisas comuns.
Aos 11 anos, ganhei de presente “A Invenção de Orfeu”, de Jorge de Lima. Embora
não entendesse os poemas, gostava muito de lê-los. Ainda hoje sei de cor a
primeira parte do Canto I – A Fundação da Ilha.
O gosto pela escrita veio como uma extensão do gosto pela
leitura. À medida que imergia em textos diversos, começava a emergir em mim
uma vontade de também produzi-los. Quando conheci os poemas de um amigo de meu
irmão, dos quais gostei muito, e vi, em carne e osso, um poeta tão próximo e
tão real, imaginei que poderia fazer meus próprios poemas e foi assim que
comecei”. É com esse pequeno trecho que anuncio a homenagem ao grande amigo,
poeta e grande professor Jorge Henrique vieira, um dos ícones da literatura
produzida em Nossa senhora da Glória.
Professor de língua portuguesa e literatura brasileira pela
Universidade federal de Sergipe, lançou o seu primeiro livro ainda nos
corredores da academia, pela editora da UFS. Sua primeira obra intitulada de
“Mutante in sanidade” já anunciava a mente inquieta e em constante estado de
ebulição do grande intelectual gloriense, cujo título nos demonstrava uma
extrema vontade de recriação poética, algo que se desenvolveria um pouco mais
tarde em seus poemas-visuais e sua prosa de experimentação narrativa peculiar.
Em meados de 2008 realizou o projeto “Glória cantada em
versos” através do apoio financeiro do BNB, com o qual fomentou a literatura de
cordel em Nossa senhora da Glória promovendo uma oficina para os jovens da
região, na ocasião em questão também ocorreu o lançamento do seu segundo livro,
cujo título levava o mesmo nome do projeto e visava contar a história do
município de Glória. Além disso, foi ganhador de prêmios como o Banese de
literatura, o prêmio de mérito universitário pela universidade federal de
Sergipe, além de ganhador de algumas edições do concursos literários no estado,
como o festival de poesia falada em Lagarto, no qual já fora homenageado.
Diante desses e outros argumentos não se pode deixar passar
branco o talento e a astúcia crítica do grande Jorge, professor, intelectual e
grande bardo, além de agente primordial na construção e fomento à literatura,
artes e cultura local.
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* Escritor, estudante de letras português/francês, poeta
residente em Nossa senhora da Glória e editor da revista impressões, além de
colaborador dos jornais “Correio de Sergipe” e “O regional”.
Texto e imagem reproduzidos do site: revistamaisgloria.com
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